quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Os Rincões de Santa Tecla e Cavalhada

    Estes dois Rincões foram tomados dos espanhóis na Guerra de 1801, e anexados à Coroa Portuguesa. Seus limites naturais eram o Arroio Quebrachinho, o Rio Negro, o Pirahy Grande, o Arroio Pirahisinho e a Antiga Linha de Fronteira (Coxilha de Santa Tecla). Por esta fazia divisas com os sesmeiros Pedro Fagundes de Oliveira e José Antônio Alves.
      Os Rincões foram arrendados pelo Tribunal da Junta da Real Fazenda, em 31 de agosto de 1805, a José Francisco Muniz Fagundes e nos termos de arrendamento destes Rincões, o de Santa Tecla constava ter ele sete léguas de comprido e três léguas de largo, e o Rincão da Cavalhada, que era imediato ao de Santa Tecla, uma légua de comprido e uma légua e um quarto de largo.
     Estes Rincões de Santa Tecla e Cavalhada, foram concedidos ao Almirante José da Silva Gama (Futuro Barão de Bagé) em 5 de junho de 1810, pelo então Príncipe Regente Dom João (Futuro Dom João VI).
     Com o fim do arrendamento por Muniz Fagundes, começou forte invasão de posseiros que haviam sidos contidos por Pedro Fagundes de Oliveira, então Comandante Militar desta localidade e irmão de Muniz Fagundes.
    Em 4 de Janeiro de 1811, o Marechal de Campo Manoel Marques de Souza acampou nesta localidade, ao nascente dos Serros de Bagé. Ali concentrou, recrutou e organizou a Primeira Coluna do Exército de Dom Diogo de Souza. Deste Acampamento Militar surgiu a primeira aglomeração urbana da hoje Cidade de Bagé.
Rincões de Santa Tecla e Cavalada - Medidos em 1856
     O Barão de Bagé nunca se estabeleceu nesta localidade e segundo se sabe também nunca neles esteve. Com o seu falecimento em 1825, e estes Rincões ficaram abandonados, foi quando Pedro Rodrigues de Borba no ano de 1852 comprou 1/3 destes Rincões ao Coronel Theodoro José da Silva Gama, este filho do Barão de Bagé.
     Para medir e demarcar os limites destes Rincões e separar a terça parte vendida ao já citado Pedro Rodrigues de Borba, o Coronel Theodoro requereu Medição Judicial no ano de 1856. Logo após entrou com uma Ação de Execução, e pediu o despejo dos seguintes invasores: Antônio Lemes de Sampaio e seu mulher, Serafim Alves dos Santos, Porfírio Bueno da Silva, Jacintha Luiza, Heleodora Lemes do Prado, José Thomaz Pimentel, Antônio Marques França, José Marques França e sua mulher, Felício Marques França, Thomaz José Pimentel, Manoel Correia do Nascimento e sua mulher, a Viúva de Ignácio Pinto de Oliveira, Luiz da Rosa e Silva e sua mulher, Manoel Francisco de Rezende e sua mulher, Benito Gontan e sua mulher, João Francisco de Rezende e sua mulher, Antônio Gontan e sua mulher, Boaventura Francisco de Rezende e sua mulher, Manuel José de Vargas e sua mulher, Lucídio José Rodrigues e sua mulher, Anna Vargas casada que foi com Joaquim Francisco Rezende, Ramão (Galiberti ?) e sua mulher, Damásio Rodrigues e sua mulher, Constantino Nunes da Silva e sua mulher, Manuel Antônio Maciel, Laurinda Nunes, Fidélis Nunes da Silva e sua mulher, Verônica Nunes, Antônio Luiz Ramos, Carlota Rezende e filhos de Constantino de Rezende, Heleodoro Francisco de Rezende e sua mulher, Constantino Francisco de Rezende e sua mulher, João Ferreira Bicca e sua mulher, João Francisco de Rezende e sua mulher, Agostinho Francisco de Rezende e sua mulher, Albertino Coitinho de Lima e sua mulher, Rufino Pereira das Neves e sua mulher, Joaquim Pereira Leite e sua mulher, Zeferino Francisco de Rezende, Joaquim Pedro Barcelos e sua mulher, João Paulo Francisco de Rezende, Cândido Francisco de Rezende, Joaquim de Oliveira, Josefina Castanheira, Carlos Valverde, Maria Antônia Castanheira, Bento José Airosa Maranho, Belmira Castanheira e Carlota Castanheira.
     O restante destes Rincões permaneceram invadidos por posseiros, alguns compraram a posse, como Firmino de Souza Borges e Vicente Gomes de Lacerda que compraram dos outros dois herdeiros, Dona Henriqueta da Silva Gama e Paulo José da Silva Gama (2º Barão de Bagé).
     O Primeiro Barão de Bagé, Almirante Paulo José da Siva Gama, era natural de Nossa Senhora das Mercês - Lisboa/PT, filhos de Manoel da Silva Alves e de Theodora Joaquina da Gama. Casado com Maria Joaquina Perpétua da Gama, com quem teve quatro filhos; Theodoro José da Silva Gama, Paulo José da Silva Gama, Henriqueta Emília Perpétua da Gama e Maria Candida Perpétua da Gama.


Mapa onde mostra o Passo da Viúva Izabel e o Tarumã que deu origem ao Bairro Tarumã 



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