terça-feira, 5 de junho de 2018

A TOMADA DO FORTE CERRO LARGO /1801

 


  


     Durante a Guerra ocorrida no ano de 1801, pela conquista de novas fronteiras entre Portugal e Espanha na América do Sul. Ocorreu dois combates que culminaram com a tomada pelos portugueses da Guarda Nova de Cerro Largo, chamada de Forte de Cerro Largo.
     O primeiro combate ocorreu nas proximidades do Passo do Perdiz em outubro de 1801, entre uma força portuguesa composta por duzentos e quarenta homens comandados pelos capitães  Antônio Xavier de Azambuja e Rodrigues Barbosa. Contra uma força espanhola composta por cento e sessenta homens. Venceram os portugueses, que fazendo prisioneiros descobriram que o Marques de Sobremonte havia enfraquecido a guarnição do dito Forte com o envio de setecentos homens comandados pelo Tenente Coronel José Inácio de La Quintana para a Região das Missões, que estava sendo atacada por José Borges do Canto.
     O segundo combate sucedeu-se por decisão de Veiga Cabral que sabendo da fraca guarnição do Forte, enviou sob o comando de Manoel Marques de Souza I, uma força composta oitocentos homens e três peças de artilharia ligeira para atacar o dito Forte. Atravessando o Rio Jaguarão a dita força se dividiu em duas colunas, uma comandada por Jerônimo Xavier de Azambuja e a segunda por Vasco Pinto Bandeira.   No dia 30 de Outubro de 1801 esta força já se encontrava em frente ao Forte de Cerro Largo, postada em linha de batalha. Então o ajudante de ordens, Manoel Marques de Souza (filho), foi mandado com uma intimação ao Comandante do Forte o Capitão José Bolaños exigindo sua rendição, este recusou a oferta. Então Manoel Marques I ordenou o ataque ao Forte, que naquele momento estava defendido por quinhentos homens com quatro peças de artilharia. Estas dispararam duas salvas de artilharia contra as linha atacantes, que não surtiram efeito. Então Bolaños atacou com uma carga de cavalaria o flanco esquerdo da força portuguesa. Porém foi repelido pela cavalaria de Vasco Pinto Bandeira, que os empurrou de volta ao Forte. Então Manoel Marques I fez avançar sua artilharia, que nas mãos do Cabo Joaquim Luiz fez grandes estragos na fortificação espanhola. Bolaños então decidiu pedir capitulação, com a condição de que toda a tropa saísse do Forte a cavalo e com as armas individuais. Isto foi aceito de imediato por Marques de Souza I, que no dia seguinte acabou de destruir e incendiar o que havia restado do Forte de Cerro Largo.
     Este Forte se localizava onde hoje é o cemitério de Mello/UY , e foi fundado no ano de 1794 por transferência da antiga Guarda de San Nículas de Bari. Seus prédios eram feitos de adobe e pau a pique embarreado e cobertos com capim, sua muralha era uma estacada.

FONTES
- Cartas de Patrício Correia da Câmara, Cmt da Fronteira de Rio Pardo - Memorial do RGS.
- Cartas de Manoel Marques de Souza (I), Cmt da Fronteira do Rio Grande - Memorial do RGS.
- Cópias de Livros de Registros Diversos- Museu Histórico Regional/Intendência de Cerro Largo/UY.
- Victor Humberto Gannello - História de Cerro Largo (Período 1791 a 1801).
- Germán Gil Villaamil - Ensayo Para Una História de Cerro Largo.

Adicionar legenda