segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Sesmaria de Luiz Manoel de Souza

     Esta é a Sesmaria Perdida, da qual eu já fiz uma Postagem neste Blog no ano de 2011. Acontece que a história desta Sesmaria surgiu novamente nas minhas pesquisas da História de Bagé. Desta vez com identificação dos quem ocuparam seus campos, bem como a sua localização. São Documentos Históricos dos vizinhos e dos posseiros desta localidade onde deveria ser a dita Sesmaria Perdida. Com base neles estou contando a história derradeira desta Sesmaria, bem como parte da história dos quem os habitaram.
     Relembrando: no ano de 1814, Dom Diogo de Souza concedeu uma sesmaria de campo a Luiz Manoel de Souza, que vendeu esta sesmaria a Felix de Sá Souto Maior, falecendo este, seus herdeiros requereram a localização e medição desta sesmaria. Requereram junto a Justiça de São Sebastião de Bagé em 1851, cujo Processo se acha inconcluso.
     Hoje analisando os mapas da localidade, as confrontações da sesmaria e as informações históricas da localidade, pode-se perfeitamente localizar a área superficial da dita Sesmaria Perdida. Esta área se localiza nas margens; esquerda do Pirahy Grande e direita do Pirahizinho. Vai ao sentido sul/norte do Pirahizinho ao Passo do Acampamento no Pirahy Grande, e no sentido oeste/leste do Pirahy Grande a Coxilha da Arvorezinha.

Mapa; em azul a área superficial da Sesmaria Perdida
     Analisando os documentos históricos encontrei: O Processo de Medição Judicial de Campo, nº 694/1851 - Bagé. Onde cita como posseiros as seguintes pessoas; Jerônimo Antônio da Silveira, Francisco Malaquias de Borba, Ana Helena Correia de Borba, Manoel Correia de Borba, Serafim Pereira Machado, Simeão Barbosa do Prado, Domingos Barbosa do Prado, Manoel Barbosa do Prado, Serafim Antônio Dantas, entre outros.
     Os Registros Paroquiais confirmando a posse das seguintes pessoas:

  • Jerônimo Antônio da Silveira que registrou no ano de 1855 a seguinte extensão de terra: duas léguas de sul a norte por uma e três quarto de oeste a leste. Confronta pelo sul com o Pirahizinho, pelo oeste e norte com o Pirahy Grande, e pelo leste pouco abaixo da estrada que desta Vila (Bagé) vai ao Passo do Acampamento. Hoje estes campos ainda devem pertencer à família Sarmento.
  • Os irmãos; Francisco Malaquias de Borba, Ana Helena Correia de Borba e Manoel Correia de Borba registraram em 1855 e 1856, os campos que receberam de herança de seus pais, uma légua e três quarto cada um. Com as seguintes confrontações; pelo norte com Serafim Antônio Dantas (pelo Arroio Cabuçu), pelo sul com o Pirahizinho, pelo oeste com Jerônimo Antônio da Silveira.
  • Os irmãos; Simeão Barbosa do Prado, Matilde Rodrigues França e Domingos Barbosa do Prado, registraram em 1856 os campos da herança de sua mãe Izabel do Espirito Santo. Cuja Carta de Sesmaria pediam transcrição ao Escrivão Silva. Pelo que da a entender por estas notas é que Izabel do Espirito Santo também assinava Izabel Barbosa do Prado. Confirma estas notas Serafim Peraira Machado, lindeiro destes irmãos, que citou como confrontantes de seu campo os herdeiros da Viúva Izabel, no registro de seu campo em 1856. Deduzo com isso que, a Viúva Izabel, cujo nome é a origem do nome Passo da Viúva Izabel no Pirahizinho, não hera a Viúva de Manoel Lucas, sesmeira em Candiota. As confrontações deste campo são: pelo oeste com uma vertente que nasce na Coxilha da Arvorezinha e deságua no Pirahizinho, pelo norte com a já dita Coxilha da Arvorezinha, pelo leste com o Pirahy Pequeno (afluente do Pirahizinho) e pelo sul com o Piraizinho.
  • Serafim Antônio Dantas, cuja área de campo tem as mesmas confrontações da Sesmaria da Ana Pedroza de Jesus. Por tanto lindeira da já dita Área da Sesmaria Perdida, sendo esta, sobras daquela.
     Por tanto fica bem claro que a dita Sesmaria Perdida, tinha a sua área superficial. porém já tinha como donos no ano de 1851 os já ditos posseiros, que aproveitaram o parcial abandono inicial e também a confusa área de campo que diziam ser do Capitão Pedro Fagundes de Oliveira, para confirmar suas posses. Levando tudo isso a que não se encontrasse naquela época a já dita Sesmaria Perdida.
FONTES:
Medição de Campo 694/1851 - Bagé, APERS.
Registro Paroquial de Bagé, anos 1855/1856.
Mapoteca do Museu Dom Diogo de Souza - Bagé/RS.
Nos Primórdios de Bagé, Arquivo Nerci Nogueira.
Contato: nercinogueira@gmail.com.